The Wicked + The Divine
Olha, vou ser sincero que fiquei um tempinho pensando sobre o que escrever hoje. Acaba que não tive tempo de finalizar nenhuma das duas leituras que comecei (tudo bem que Steibeck vai demorar um belo bocado de tempo) e não tive tempo o suficiente para terminar de ver a temporada de Umbrella Academy para poder escrever o post sobre os quadrinhos e sua adaptação televisiva. Mas, vida que segue, a gente tem que arranjar um jeito de dar nossos pulos. Acaba que o pulo que dei hoje foi realmente muito oportuno, porque me deparei com algo que meio que saltou aos meus olhos e me lembrei que tenho que terminar essas leituras. Então, vamos ao que interessa! Hoje, meus queridos, eu vos apresento uma pérola dos quadrinhos independentes contemporâneos: The Wicked + The Divine!
Antes que me atirem pedras, quando me refiro ao termo independente, estou me referindo à quadrinhos que possuem sua história fechada dentro do próprio universo, como Saga ou The Walking Dead, e não às que dividem o próprio universo dentro de vários personagens como as grandes editoras (Como Marvel e DC) fazem. O quadrinho do qual vou falar é consideravelmente famoso e é publicado lá fora pela image comics, que é uma editora enorme que tem como títulos Spawn e The Walking Dead, para vocês terem noção.
O motivo de estar aqui hoje falando sobre The Wicked + The Divine (acho que chamar de TWTD é melhor, né?) é que, como vocês viram, até agora fiz um guia completo do Demolidor de Frank Miller e, como votado por vocês, fazer um futuro do Cavaleiro das Trevas, que são dois heróis grandes das grande editoras de quadrinhos de heróis. A ideia aqui é apresentar uma proposta alternativa e dar a vocês motivos convincentes para ler essa história absurdamente bem escrita e com um roteiro de deixar o queixo de qualquer um caído.
TWTD tem uma ideia simples, mas que na prática leva a enormes consequências. Vamos fazer um resuminho breve para vocês entenderem: A cada 90 anos, 12 deuses reencarnam na terra como pessoas (no caso eles meio que usam um corpo já como receptáculo e assim assumem sua forma humana com a aparência do "escolhido"). O problema é que a vida deles têm data de validade. Eles só podem ficar por aqui durante 3 anos, e aí puff, acabou. Parece uma coisa bem básica, não? E acaba que realmente é, na teoria. Só que os desdobramentos proporcionados pelo roteiro intrigante de Killen e McGelvie tornam todos os acontecimentos uma bomba relógio e no final das contas você leu três volumes inteiros em uma hora e nem se deu conta.
A história nos faz acompanhar uma jovem que teve o (des)prazer de conhecer o deuses que até então haviam aparecido para o público geral e criou uma certa amizade com eles, principalmente com uma Lúcifer completamente David Bowie. Só que um grupo de assassinos ataca os deuses no meio de uma entrevista com a imprensa e nisso, Lúcifer, com um estalar de dedos, explode a cabeça de cada um deles. É claro que ninguém acredita nisso, mas mesmo assim a ocorre um julgamento e, como em uma brincadeira, o Demônio Bowie brinca que vai matar o juiz, e acaba que isso ocorre mesmo. Sendo considerada culpada, ela vai para a prisão e fica lá por um tempo, até que, por motivos que prefiro ocultar aqui, ela sai de lá e acaba sendo morta como forma de segurança geral por Ananse, que é meio que a Deusa que vigia todos os outros Deuses toda vez que eles encarnam no mundo.
Esse parágrafo aí de cima é um resumo bem resumão de como que funciona o primeiro encadernado, que lá fora se chama "The Faust Act". Acabei contando alguns elementos chave que acontecem como estopim da história para tentar despertar o interesse, porque acaba que mesmo sendo chocante para a primeira parte, são esses acontecimentos que desencadeiam todos os outros das (já são) 8 edições seguintes, então não é exatamente spoiler.
Mas por quê que você deveria ler essa história?
Olha, primeiro que a arte é fabulosa. Os desenhos aqui tem uma característica bem sutil de serem ao mesmo tempo quadrinescos e realistas. Eles conseguem captar muito bem a essência da ideia de um Deus no corpo de humano: alguns essencialmente arrogantes, outros na deles, enfim. isso, claro, misturando elementos conhecidíssimos da cultura pop. Segundo: não tem como não elogiar esse roteiro. Uma ideia simples e inovadora que foi levada a cabo de um jeito maravilhoso e que consegue se sustentar mesmo depois de algum tempo no mercado sem perder sua ideia principal e se desfocar nos malditos fanservices. Terceiro: gente, os personagens são absolutamente cativantes e não tem como você não se chocar quando um ou outro deus morre ou aparece. Principalmente na edição que nós somos apresentados ao Baco. É genial, de verdade. E, claro, não poderia deixar de citar: essa história parece que tem mais plot twist do que Clube da Luta, Amnésia e Seven juntos. E olha que é difícil cumprir isso. Gente surgindo do nada, gente morrendo do nada. Você acaba com medo de virar a página e se deparar com seu personagem favorito morto (bem Game of Thrones mesmo) ou de simplesmente acabar com um nome de Deus a mais para decorar na sua lista. É, acaba que é é um probleminha para o coração ter que acompanhar uma história assim. Mas eu juro que todos os sustos acabam valendo a pena.
Ponto positivo demais para as capas de todas as edições encadernadas, que são excepcionalmente fabulosas. Para quem procura uma história descontraída, nova e visualmente linda, essa daqui é exatamente a pedida certa.
Pedro Meireles
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